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Neuroblastoma e células-tronco

O câncer infantil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum o aumento descontrolado de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. O acúmulo dessas células formam uma massa, conhecida como tumor.   Os tumores de Sistema Nervoso Central (SNC) corresponderam a 22,1% , destes 7,7% é neuroblastoma , que é o segundo mais comum nessa fase da vida (1). Os primeiros sintomas do câncer tendem a ser inespecíficos. 

A apresentação mais comum é uma massa abdominal. Os sinais e sintomas mais frequentes de neuroblastoma são causados por massa tumoral, eles podem incluir febre, perda de apetite, diarreia e perda de peso. É preciso lembrar sempre que esses sintomas não indicam necessariamente um diagnóstico (3). Contudo, quando há histórico familiar de neuroblastoma, a criança pode ser mais suscetível ao câncer, apesar de apenas um pequeno número dos casos totais da doença corresponderem a esse cenário (4). No transplante de células tronco há um pré recolhimento dessas células para reabastecer o paciente após tratamento quimioterápico inicial. As novas células assumem a produção das células sanguíneas(5).
 
Em um estudo realizado no Irã em 2011, 16 pacientes foram tratados por quimioterapia intensiva seguida de reinfusão de células-tronco autólogas. Em tratamento foram acompanhadas com uma dieta especial e como resultado do estudo, os pacientes permaneceram com a saúde restabelecida em remissão completa até o último contato (7). Uma criança, com 4 anos de idade, que após apresentar um quadro de neuroblastoma, apresentou um quadro clínico de Leucemia Aguda (LA), e que após transplante não aparentado (alogênico) de sangue de cordão umbilical para tratar a LA, desenvolveu um quadro clínico crítico, necessitou de terapia celular para recuperação. Diante disso foi submetida a um novo transplante, mas agora com suas próprias células do sangue de cordão, armazenados em um banco privado. Este tratamento permitiu a recuperação completa das células sanguíneas, acompanhada da melhora na doença. Após o transplante, o estado clínico da menina estabilizou gradualmente, embora a recuperação tenha sido lenta(6).
 
Após o transplante autólogo  (que usa as próprias células-tronco do paciente) de sangue de cordão umbilical, avaliações apresentaram resultados normais e mais de 5 anos após este transplante, a criança encontra-se livre de neuroblastoma/leucemia sem células malignas detectáveis. (6)
 
Tão importante quanto o tratamento do câncer em si, é a atenção dada aos aspectos sociais da doença, uma vez que a criança e o adolescente doente deve receber atenção integral, no seu contexto familiar. A cura não deve se basear somente na recuperação biológica, mas também no bem-estar e na qualidade de vida do paciente. Após o término do tratamento para o neuroblastoma, são necessárias consultas de acompanhamento para monitorar qualquer recorrência da doença . (2).

1 - Livro Câncer na Criança e no Adolescente no brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Disponível em: http://www1.inca.gov.br/tumores_infantis/pdf/livro_tumores_infantis_0904.pdf . Acesso em: 22 Fev. 2017.

2 – NAI-KONG V;.CHEUNG & MICHAEL A. DYER;. Neuroblastoma: biologia do desenvolvimento, genômica do câncer e imunoterapia. 1 de junho, 2013.

3- YALÇIN B , et al. Terapia Consolidação mieloablativo e Tandem autólogo Stem resgate de células em pacientes de alto risco Neuroblastoma. 12 de maio de 2010.

4 -CARTUM JAIRO; Neuroblastoma: o enigmático tumor da infância. Agosto, 2012.

5- GUDRUN SCHLEIERMACHER, MD;. (OMS / DES) em crianças com e sem Neuroblastoma (NBpos e NBneg) Síndrome de Opsoclonus Myoclonus / Síndrome de Dancing Eye (OMS / DES) em crianças com e sem Neuroblastoma (NBpos e Nbneg). Agosto, 2016.

6- CHEN WT, et al. Long-term cancer-free survival after infusion of autologous cord blood cells for rejection-unrelated cord blood graft after myeloablative conditioning for t-MDS: a case report. Fevereiro, 2015.

7 – UM GHAVAMZADEH , et al.Twenty years of experience on stem cell transplantation in iran. Fevereiro, 2013.
 

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